quarta-feira, 8 de maio de 2013

HISTÓRICO DA BANDA MIRIM BAETA NEVES (Livro)


Escrito por Hamilton Mendes


I)                    BAIRRO BAETA NEVES NOS ANOS 60

Estávamos rumando para o final dos anos 50. São Bernardo do Campo já tinha dado seus primeiros passos na era automobilista com algumas das grandes montadoras já instaladas em nossa cidade.
O perfil econômico da cidade melhorava dia a dia. Migrantes de várias partes do Brasil eram atraídos para cá, forçando com que novos bairros surgissem próximos aos locais de trabalho. Nasciam os bairros da  Paulicéia, Taboão, Demarchi e Planalto.
Rudge Ramos também crescia, e o centro da cidade, na época conhecida apenas como ´vila´, já não tinha espaço, conseqüentemente obrigando que uma grande gleba de terra fosse loteada nas proximidades.
Assim a fazenda da família ´Baeta Neves´ foi completamente loteada dando origem ao nosso querido bairro ´Baeta Neves´. A primeira fase do loteamento tinha inicio na Av. Pereira Barreto, junto ao atual Shopping Metrópole indo até a divisa de Santo André, terminando nas atuais ruas Campos de Jordão, Liberdade e Getulio Vargas.
Era pequenina nossa Vila Baeta Neves. No inicio sem qualquer infra estrutura. As ruas eram de terra, não tínhamos rede de água, esgoto e energia elétrica. Levou alguns anos para isto acontecer, todavia começamos os anos 60 com muitas melhorias no bairro. Recebemos água, esgoto e luz. As ruas foram iluminadas e calçadas com os tradicionais paralelepípedos.
Entramos nos anos 60 com muito otimismo e rumo a uma década de muito crescimento. Nossa capital, Brasília acabara de ser inaugurada, e com um ano de mandato estendido, nosso presidente era o dinâmico Juscelino Kubitschek de Oliveira e o prefeito da cidade o objetivo e carismático  Sr. Lauro Gomes de Almeida.
Agora o bairro já havia se ampliado. A Giacinto Tognato estendia-se até as proximidades das ruas Pirajuí, Cambuci, Lucélia e ia contornando o ´Cruzeiro´ até se unir com a Belarmino F. Vasconcelos. O ´Cruzeiro´, recém fixado pela comunidade católica, originalmente em madeira bruta, era o ponto de referencia do término do bairro. A partir dali era só mato.
É importante citar que muito antes de existir nosso bairro, próximo à atual Rua Adamantina existiu o primeiro parque municipal da cidade. Era conhecido como ´Agua Mineral´ em razão da famosa fonte de água lá existente. Restou apenas o outrora belo painel da fonte, o qual ainda pode ser visto no que sobrou do local.

II)                   O INICIO DA BANDA

O sistema de ensino dos anos 60 era rígido e disciplinar. Só eram promovidos automaticamente, ´só passavam de ano´, os alunos que obtinham a nota 7 e desde que tivessem uma freqüência de 75% nas aulas.
Tínhamos poucas escolas na cidade, suficientes entretanto para atender a demanda de alunos dos bairros e todas com excelente nível de qualidade. Assim era o nosso único e querido ´Grupo Escolar Dr. Baeta Neves´ localizado na esquina da Rua Giacinto Tognato com a Rua Campinas. Hoje ele é conhecido como ´Segundinho´, todavia o prédio da época foi demolido há tempo. Aqui vale a pena destacar que junto com a construção do prédio existente na esquina com a Rua Campos de Jordão, fora construído um belo anfiteatro com capacidade para aproximadamente 300 pessoas. Infelizmente este importante espaço cultural foi totalmente depredado no final dos anos 70.
Falando então da nossa Banda Mirim Baeta Neves, foi justamente naquele anfiteatro que aqueles garotinhos começaram a ter seus primeiros contatos com a música.
No bairro já existia a Banda São José, formada por adultos e tendo a frente o talentoso maestro Sr. João Silvério da Silva, o nosso João Gomes. Com certeza, tratou-se do melhor músico e compositor da cidade. A sede da banda era na atual Rua Dr. Baeta Neves nos fundos da casa do próprio João Gomes, e entre os músicos se destacava o jovem clarinetista Irineu Negri Garcia.
Foi do também talentoso Irineu Negri a idéia de criar a primeira banda mirim do Brasil, talvez do mundo. Na verdade, no grupo escolar havia o tradicional coral  e ao perder a sua regente, a então diretora Antonia Ortega de Abreu procurou o Sr. Irineu na intenção de colocá-lo a frente do coral, todavia seu projeto era mais ambicioso; criar uma banda mirim. 
Sabemos que foi muito difícil convencer a Diretora ´Dona Antoninha`, e principalmente as autoridades que meninos com idade de apenas 9 anos seriam capazes de dominar os conceitos musicais e daí ter condições de tocar instrumentos.
Levou aproximadamente um ano para o maestro Irineu convencer o Prefeito Lauro Gomes a autorizar o inicio daquele projeto e principalmente providenciar a compra dos instrumentos. Assim no inicio de 1963 a primeira turma de garotos foi selecionada. 

III)                 O ESTÁGIO INICIAL

Esta primeira turma teve selecionados por volta de 40 garotos com idade média entre 9 e no máximo 12 anos. Tínhamos um pimpolho, o Clóvis Censon com 8 anos.
Durante aproximadamente um ano foram exaustivas as aulas de teoria musical e solfejo. Era preciso saber como interpretar uma partitura musical. Entender as notas musicais, escala, o tom e a própria melodia da música.
A base era o método ´Bona´, e o objetivo do Irineu era avançarmos um exercício por semana. Estudávamos em casa e todo dia entre 12:00 e 14:00 hs repassávamos o exercício com o Sr. Irineu lá na única sala de aula disponível do grupo.
Estávamos compromissados com aquela missão. ´Ai de quem não levasse aquilo à sério! !´
Inacreditável! Meninos de 9 anos, num bairro de periferia, todos humildes tendo uma formação musical. Eram de fato privilegiados.
Passados 2 meses e com uma teoria musical suficiente, o grupo agora reduzido à aproximadamente 30 meninos, recebeu da Prefeitura Municipal a primeira leva de instrumentos musicais. Exatamente 24 instrumentos, ou seja, não havia instrumentos suficientes para todo o grupo, era necessário o compartilhamento entre os integrantes.
Foi uma festa o primeiro contato com os instrumentos. Naquela oportunidade, orientados é claro pelo Irineu, cada um já havia escolhido o seu. O instrumento que ele tocaria nos próximos anos e quem sabe pelo resto das suas vidas.
Era impossível um menino daquela idade empunhar uma ´tuba´ de tamanho convencional. Aqui um dos fatos curiosos. Foi preciso fabricar duas ´tubas´ (uma em SI bemol outra em MI bemol) em tamanho reduzido e que pudessem ser empunhadas pelos dois baixistas mirins, Odair e Gomes.
Os demais instrumentos, clarinetes, trompas, pistões, trombones, bombardinos eram convencionais.
Enfim, começavam os exercícios agora cada qual com seu instrumento.
Foram outros quase 8 meses com exercícios apropriados para cada família de instrumentos. Era necessário interpretar musicalmente o exercício e executá-lo devidamente no instrumento. Começamos com parte das notas da escala até dominá-la por completo. E assim foi, exercício por exercício, passando pela ´escala cromática´ até recebermos a primeira música. Foram muitos desafinos como era de se esperar, todavia lá estava a primeira música. Um dobrado, denominado ´Dobrado número 3´.
Quantas vezes vimos o nosso querido Irineu quebrar sua pequena batuta ao perceber que alguém do grupo desafinava ou porque a harmonia não era a esperada ! !
Não se podia fazer uma apresentação em público com apenas aquele dobrado. Era preciso pelo menos mais duas músicas. Vieram então o chorinho ´Dorinha meu Amor´ e uma marcha feita pelo Sr. João Gomes especialmente para a campanha política de 1956 para o então candidato a prefeito o Sr. Prefeito Lauro Gomes, ´Ai já vem o Lauro´. Foi uma forma de agradecer o já eleito prefeito pelo apoio à criação da banda.
Assim, passado quase 1 ano desde a seleção dos garotos, pode então a Banda Mirim Baeta Neves fazer sua primeira apresentação em público.  Esta estréia aconteceu em 05 de outubro de 1963 defronte da pequena Capela do Recanto Santo Olímpia na Estrada do Alvarenga (hoje Nestlé).
Meninos tocando instrumentos musicais era fato inédito na época e  muitos presentes naquele dia não acreditavam o  que estavam vendo e escutando. O Ilmo. Sr. Prefeito Lauro Gomes, foi um deles, a ponto de se aproximar de cada integrante, colocar o ouvido bem próximo  e confirmar se de fato o som saia do instrumento. A partir daquele dia o ´Prefeito das Crianças´ se tornou um aficionado pela banda, e ela a grande sensação da cidade.



IV)               A PRIMEIRA FORMAÇÃO

Conforme pode ser visto na foto tirada nos antigos estúdios da TV Record durante o programa Gincana Kibon, a primeira formação da banda tinha 24 meninos. Este número era limitado à quantidade de instrumentos recebidos, e tinha como clarinetistas, Osmar Boin, Benedito Betarello, Joarez, Theodoro Versolato e Tarcisio Gerbeli; Daniel no bombardino, Valdir, Toninho e Hamilton nos trombones, Ronaldo Marchioni e José Castilho Lopes nos pistões, Caetano, Lauro Gilmar Teixeira e Furlan nas trompas, Odair e Gomes nas tubas. Na bateria vinham, o Luis Carlos, Davi, Adriano, Alcir Mendes, Martins Castilho Lopes, José Roberto, Noel e o Clovis Censon.
Passados alguns meses, com o recebimento de novos instrumento, além da promoção de José Roberto para o clarinete, Noel para trompa, Martins Castilho Lopes para o pistão, o grupo teve a inclusão de Walter ´Ski´ na percussão e Nilton Fenelon no pistão. Esta formação pode ser vista na foto tirada nas escadas do antigo Grupo Escolar.

V)                 OS EVENTOS

Bastou a apresentação de estréia para o nome daquela banda se tornar sucesso e motivo de orgulho para o bairro e para a própria cidade. Todo o trabalho e esforço do maestro Irineu Negri Garcia agora era coroado e recompensado com inúmeros convites para apresentações em praticamente todos os eventos realizados em São Bernardo e nas cidades vizinhas do ABC.
Sabiamente o maestro limitou em duas, no máximo três apresentações  nos finais de semana. Assim, praticamente nos 30 anos que se sucederam a Banda Mirim Baeta Neves fez apresentações todo sábado e domingo.
Qual dos integrantes daquela primeira turma não traz boas lembranças das grandes festas juninas aqui do ABC. As festas de colação de grau nos grupos escolares e os desfiles  na velha Marechal Deodoro. Tínhamos tratamento especial por onde passávamos.
Sem duvida éramos meninos privilegiados com a graça divina em ter sido escolhido para aquele grupo.

VI)               OS ENSAIOS E O PROCESSO DE RENOVAÇÃO

Era necessário aumentar o repertório musical, de três musicas iniciais  pulamos para quase uma dezena em muito pouco tempo. Tínhamos um repertório suficiente para apresentações de uma até duas horas.
Alguns integrantes começavam a se despontar como verdadeiros músicos tal era a facilidade que eles tocavam seu instrumento e a facilidade que tinham para dominar as novas músicas. Enquanto a maioria ia trilhando passo a passo a partitura, estes saiam tocando apenas pelo simples ouvir da melodia. No jargão dos músicos, se diz que uns tocam ´pela letra´ outros ´pelo ouvido´. Assim era notória a habilidade do garoto José Castilho Lopes, ou simplesmente o Castilho com seu trompete.
Os ensaios já eram realizados no recém inaugurado anfiteatro do grupo  na Rua Campos de Jordão, e muitos meninos do bairro apareciam desejando ingressar na banda. O Sr. Irineu mantinha alem dos 24 titulares mais um grupo em preparação de aproximadamente 30 garotos os quais foram se juntando paulatinamente ao grupo titular.
Logicamente ao longo do tempo aqueles meninos foram crescendo e deixaram lugar para novos integrantes. Na época era comum os garotos começarem trabalhar ao completar 14 anos. Ao contrário de hoje, as industrias aqui instaladas praticamente garantiam empregos à garotada nesta faixa de idade.  
Assim aconteceram os ensaios e o processo de renovação das turmas.

VII)              OS PROGRAMA DE TV

Se atualmente temos uma grande quantidade de canais de TV, nos anos 60 tínhamos apenas quatro canais de TV aqui em São Paulo, a líder TV Record, Tupy (hoje SBT), Excelsior (hoje Rede Mulher) e a recém inaugurada TV Paulista (hoje GLOBO).
A programação começava por volta das 17:00hs e terminava no máximo as 23:00hs e raros eram os proprietários de televisores no bairro.
Cada época com seus programas de sucesso. Se atualmente temos lideres de audiência como a ´XUXA´, ´FAUSTÃO´, ´GUGU´, etc., na época eram imperdíveis nas tardes de domingo o ´CIRCO DO ARELIA´ e a ´GINCANA KIBON´ na TV Record. Surgia também na época, o programa do ´MOACIR FRANCO´ na TV Excelsior e aos domingos o programa do já conhecido ´SILVIO SANTOS´ na TV Paulista.
Por todos estes programas nossa famosa Banda Mirim Baeta Neves fez várias apresentações as quais certamente ficaram na lembrança de cada integrante. Era sonho da garotada poder participar ao vivo da Gincana Kibon. Ser mostrado na TV, ao vivo e entrevistado pelo Silvio Santos ou Moacir Franco então era algo indescritível.
Ficaram marcados os momentos que passamos nos bastidores destes programas tendo a chance de conhecer vários artistas da época. Era fascinante também poder visualizar toda a pista do aeroporto de Congonhas daquele luxuoso bar existente no topo do edifício da TV Record.
Vale também destacar a participação da banda em vários programas de rádio. Em São Bernardo tínhamos a Radio Independência (em frente da atual Igreja Santa Filomena) e em Santo André a Radio ABC. Nas manhãs de domingo, tínhamos na Rádio Independência um programa exclusivo das bandas aqui do ABC. O mais famoso entretanto, era o  concurso entre as bandas do Brasil realizado na Radio Record – ´Banda de todas as Bandas´. Em Fevereiro de 1968 a Banda Mirim Baeta Neves foi a grande vencedora do concurso.


VIII)     GRANDES MUSICOS QUE SURGIRAM NA BANDA

Alem do jovem Castilho, com domínio absoluto de seu trompete, é importante mencionar outros nomes que tiveram a iniciação musical  na Banda Mirim Baeta Neves e que se tornaram profissionais de destaques no cenário nacional.

Antes disto, é imprescindível dizer que se torna muito questionável o fato de se citar apenas alguns nomes. Ao fazer isto, certamente se estará fazendo injustiça a muitos outros nomes que da mesma forma empunharam garbosamente seus instrumentos, engrandecendo e  honrando o nome da Banda Mirim Baeta Neves.  Assim, deve-se considerar os nomes abaixo apenas como meras referencias do resultado de um trabalho que esteve a frente do seu tempo e que proporcionou um magnífico  embasamento àqueles meninos que tiveram a chance de ali estar.

Walter Squi, mais conhecido como ´Squi´, participou da banda entre 1963 e 1968 se tornando alem de professor de música um expertise em vários instrumentos, tocando sem qualquer dificuldade um trompete, teclado,  clarinete, saxofone e também sendo um dos mais requisitados para shows e eventos, participando atualmente da Banda Marinelli.

Luis Tarciso Geaniaki, ou simplesmente ´Jacaré´, participou da banda entre 1964 e 1970 como clarinetista, sendo hoje um dos saxofonistas mais requisitados para shows e eventos, destacando-se ai sua participação atual na orquestra musical do programa do Faustão.

Maurício Boin, atuou na banda entre 1965 e 1976. Seu objetivo era o trompete, todavia querendo participar dos eventos da banda aceitou tocar pratos no inicio. Logo entretanto assumiu o posto de trompetista no qual está até hoje. Atuou profissionalmente em grupos de pagode,  em bandas como a Linha de Frente, Reveillon e Fênix. Morou e tocou na Europa, onde teve a chance de participar da banda do ´Oba Oba´ do saudoso  Sargenteli. Atualmente está na Fênix.
Bocato, tocando baixinho

Itacyr Bocato Jr,  ´Bocato´, um dos melhores trombonista brasileiro do momento, participou da banda entre 1969 e 1974. Morou e trabalhou na Suíça e Alemanha nos anos 90, sendo um dos mais requisitados para shows ao redor do Brasil especialmente acompanhando famosos artistas que aqui chegam. Atualmente também integra a  orquestra do programa do Faustão.

Gerson Galante, saxofonista, participou da banda entre 1972 e 1977. Atuou na Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo e atualmente é integrante da Soundscape Big Band Jazz de São Bernardo, da Banda Jazz Sinfônica de Diadema alem de atuar em quintetos para apresentações em eventos especiais.

Dorival Galante Jr, conhecido ´JR Galante´ hoje trompetista profissional, tocou na banda entre 1974 e 1978. Continuando seus estudos na Fundação de Artes, sob influência de seus professores e acompanhando varias apresentações em teatros acabou obtendo uma nova visão da música, daí seguindo para o gênero erudito. Participou da Banda 150 Night Club do Macksoud Plaza Hotel acompanhando vários artistas internacionais, com destaque à Tom Jobim. Morou na Europa no final dos anos 80. Fez algumas turnês pela Ásia, Canadá e Estados Unidos e há 17 anos é integrante da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo.


Mauro Trompete e Marcelo Trombone....1974 até 1980...tocou com Paulo Ricardo e depois na banda Saint Paul,.....Reveillon varioa nos – viagem aos EUA ...musicas sertanejas....evangélicas .....dupla sertaneja.... estão acompanhando turnê com Gian e Giovani para Inglaterra e Portugal....precisa ser complementado.
Como sempre Ubaldo Versolato é sempre foi simpatia

Ubaldo Versolato, nasceu em 1958, na cidade de São Bernardo do Campo (SP). Entre 1968 e 1976, foi integrante da banda, onde aprendeu as primeiras notas musicais no Saxofone Alto, despertando a sua vocação pela música, ainda menino, período em que concluiu os cursos de teoria musical e sax alto, no Conservatório Musical Padre José Maurício.
Mais tarde, também integrou a Banda Musical LIRA MUSICAL DIADEMA e a BANDA SINFÔNICA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO.
A partir daí, sua profissionalização aconteceu naturalmente, percorrendo os caminhos da maioria dos músicos brasileiros. Ubaldo Versolato pôs o pé na estrada junto a diversos conjuntos de baile pelo país afora; tocou nas tradicionais Big Bands de casas noturnas de São Paulo, como no GALLERY, ÓPERA CABARET, 150 NIGHT CLUB do Macksoud Plaza Hotel, PALLADIUM casa de Espetáculos dirigida por Abelardo Figueiredo e o PENNSYLVANIA, ligado ao Citibank.
Seus estudos musicais aprofundaram-se na “Escola Municipal de Música de São Paulo”, onde iniciou o estudo do clarinete, com o professor Rafael Gallardo,  além de Teoria Musical e Harmonia. Logo depois, ingressou na “Fundação das Artes de São Caetano do Sul”, onde estudou Saxofone com Hector Costita, Harmonia Funcional, Percepção, Piano Prático, Prática de Big-Band com Nelson Ayres, Roberto Sion e Amilson Godoy. Cursou composição e regência na Unesp – Universidade Estadual Paulista e na Faculdade Mozarteum de São Paulo, onde bacharelou-se em saxofone. Com Grace Henderson e Antônio Carrasqueira estudou flauta transversal.
Como professor dos instrumentos saxofone, clarinete e flauta ministrou aulas no Conservatório Brooklin Paulista, Conservatório Musical Morumbi, na Faculdade Mozarteum, Escola de Música Novo Tempo, Escola de Música Sorinara, além de aulas particulares.
Ubaldo Versolato participou de diversos shows de artistas de renome nacional e internacional, como Tom Jobim, Milton Nascimento, César Camargo Mariano, Roberto Carlos, Edu Lobo, Nana Caymmi, Francis Hyme, Paulinho da Viola, Leila Pinheiro, Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, Arrigo Barnabé, Sivuca, Os Cariocas, Simone, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Ney Matogrosso, Elza Soares, Guinga, Gal Costa, Daniela Mercury, Sandy e Jr., Lenine, Pedro Camargo Mariano, Simoninha, Max de Castro, Fernanda Porto, João Bosco, além de artistas estrangeiros como Ray Conniff, Les Elgart, Nico Fidenco, Turtle Island String Quartet e outros.
Também atua no mercado musical com gravações de discos instrumentais e de artistas brasileiros, jingles publicitários, trilhas para cinema e programas de rádio e TV, além de peças teatrais musicais.
É músico integrante da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo desde a sua fundação, em 1990 e participou do quinteto de saxofones "Sax Brasilis", grupo no qual realizou apresentações em festivais jazzísticos no Brasil e América Latina; toca sax alto da Banda Savana, orquestra de música instrumental brasileira, que já tem 2 CDs gravados na Dinamarca.
Na Banda Mantiqueira, Ubaldo Versolato toca sax barítono, flauta e píccolo.  A Mantiqueira foi indicada ao prêmio Grammy em 1998, com seu primeiro CD – Aldeia –, quando foi para Portugal cumprir uma agenda de shows na cidade do Porto e em Lisboa. Com este grupo instrumental fez tournée, em 2002, nos EUA, junto à OSESP- Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, dirigida pelo maestro John Neschling, destacando-se no XX Festival de Jazz de San Francisco e ainda participou do Festival de Música em Bremen, Alemanha. Neste ano de 2006, foi contemplada com o prêmio TIM de melhor grupo instrumental brasileiro.
Ubaldo Versolato fez várias apresentações na Europa, EUA e América Latina. Foi convidado para participar de concertos junto à Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo; Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e Orquestra Sinfônica do Paraná.
Tem como característica sua versatilidade em tocar Saxofones Barítono, Alto e Tenor, Clarinete além de Flauta transversal e  Pícollo (Flautim) .

Julio Cesar Versolato, trompetista profissional tocou na banda entre 1970 e 1975. Arranjador, regente, produtor musical e diretor artístico dedica todo seu tempo à arte musical. Com sua banda a ´SP450´ tem animado os mais sofisticados eventos do Brasil e tornado memoráveis os casamentos abrilhantados pela sua orquestra, a ´Orquestra Versolato´.
        
Cláudio Faria, ou simplesmente Faria, trompetista,Compositor, Arranjador começou com nove anos, na banda. Daí pra frente colecionou parcerias e participações em projetos importantes.
Logo de cara, sua estréia como profissional, em 1980, com 22 anos aconteceu no Show “Saudades do Brasil”,de ELIS REGINA.
Este show ficou em cartaz  no Canecão do  Rio de Janeiro e no Tuca em SP, cerca de 9 meses, foi registrado em Disco (álbum duplo em vinil na época) com direção musical de CESAR CAMARGO MARIANO, e no mesmo ano gravou o especial da Série Grandes Nomes TV GLOBO: ELIS REGINA CARVALHO COSTA, com direção artística de DANIEL FILHO; este programa que continha boa parte do repertório do show foi recentemente lançado em DVD pela gravadora TRAMA, sob licença da Globo Marcas e Som Livre.
No mesmo ano passou a integrar a banda Sabor de Veneno, de Arrigo Barnabé.
Em 1981, acompanhou Roberto Carlos em seu tour pelo Brasil e América Latina e se envolveu em dois projetos fundamentais:                   a BANDA METALURGIA, (em parceria com Bocato e Jacaré) que inovou o jazz brasileiro, e a antológica SOSSEGA LEÃO, de ritmos caribenhos. estes trabalhos históricos foram registrados em disco, com apresentações no programa Balance,e Perdidos na Noite, respectivamente.
Seus estudos nunca pararam.  Formou-se professor de trompete no CONSERVATÓRIO JOSÉ MAURICIO, nessa época recebeu o Premio Governo do Estado ‘MEDALHA DE OURO’ como melhor aluno de música, e cursou Harmonia e Arranjo com CLAUDIO LEAL FERREIRA.
Mesmo cursando a FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO USP, não parou mais de tocar, seguindo ativa participação em shows e gravações de Artistas nacionais e estrangeiros (Itamar Assumpção, Bocato, Na Ozetti, Péricles Cavalcanti, Jessé, Art Popular, The Platers, Eros Ramazotti e mais recentemente, Marcelo D2, Fernanda Porto, Seu Jorge , Zeca Baleiro .para citar alguns).
Conhece  LUIZ SCHIAVON a muitos anos e foi convidado para participar do cd e dvd com o RPM.
Devido a sua grande experiência e pela ampla formação artística integrou elencos de teatro (Emoções Baratas, Santa Joana, ambos dirigidos por JOSÉ POSSI NETO, Provocações CLARISSE ABUJANRA, cria peças publicitárias, participa de trilhas de Longa Metragens: Menino Maluquinho, Janete, Cidade Oculta, O Estrangeiro, compõe e dirige musicalmente  espetáculos de Dança e Teatro.
Atualmente é Integrante da Banda HAVANA BRASIL , que a seis anos está em Cartaz no Bourbom Street de SP, com dois CD gravados, o último em fase de lançamento ( tendo inclusive exercitado seu lado de artista plástico com a ilustração da capa).
Participa como Interprete Criador da CIA NOVA DANÇA QUATRO, uma das mais aclamadas  cias. de dança contemporânea do Brasil, com prêmios de pesquisa de linguagem pela APCA, com quem recentemente esteve em BERLIM, com apresentações no Festival INTRANSIT, evento Brasil-Alemanha: COPA DA CULTURA.
E claro, a BANDA DOMINGÃO do Faustão que dispensa comentários.




IX)        O FIM DA BANDA

Decorridos 30 anos da estréia da banda, ou seja já nos anos 90,  São Bernardo do Campo se apresentava com características totalmente diferentes daquela ainda pequena, tranqüila  e segura cidade dos anos 60. Agora São Bernardo despontava como uma das maiores cidades do Brasil e conseqüentemente com inúmeros  problemas na sua infra estrutura decorrente principalmente do crescimento demográfico descontrolado.
Por outro lado, a cidade contava com inúmeros grupos  musicais dos mais diversos gêneros e gostos.
Típico da natureza humana, os valores vão sendo modificados ao longo do tempo e aquela banda que fora orgulho da cidade passou a ser relegada a um plano secundário pelos órgãos municipais.  
Se no inicio lhe fora liberado um dos mais belos anfiteatro da cidade para os ensaios, agora nem mesmo uma modesta sala de aula lhe era cedida.
Assim, praticamente sem qualquer apoio, infelizmente o espírito cultural daquela banda teve que se curvar a sombra de interesses, objetivos e prioridades  questionáveis e, em 1993 a nossa famosa e querida Banda Mirim Baeta Neves teve que encerrar suas atividades, ceifando a oportunidade de muitos meninos ter uma importante formação proporcionada pela música, bem como de dar à cidade, ao Brasil e ao mundo muitos outros músicos do quilate daqueles citados anteriormente. 
Todavia, é sabido que o tempo se incumbe de corrigir a história dos fatos e recompensar aqueles que de fato o merecem, especialmente quando se trata de um trabalho feito à frente de seu tempo, como se disse anteriormente, com muito esforço, dedicação, com compromisso voltado exclusivamente para a formação de jovens cidadãos São Bernardenses  como àqueles tantos que passaram pela nossa inesquecível Banda Mirim Baeta Neves.
Daí quem sabe em breve, o ilustre recém homenageado  pela Câmara Municipal da cidade e pela Ordem dos Músicos de São Paulo, como ´Destaque como Regente´, o nosso Maestro Irineu Negri Garcia, seja conduzido a realizar outro de seus ambiciosos projetos, a Escola de Música de Baeta Neves.







Escrito por Hamilton Mendes que fez parte como músico, desse maravilhoso  projeto  ( banda mirim de Vila Baeta Neves).

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4 comentários:

  1. Me lembro dessa banda , meu tio Airton do Rio também participou dela , eu estudava no Dr Baeta Neves no ano de 1968 .

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  2. Excelente, me fez reviver momentos de muita saudades, lembro do Cido, Zé da Banca, piatonista e trombone, músicos da melhor qualidade, no meu caso sempre tocava em festas juninas a música mais pedida, Maria Bonita, obrigado ao autor pela oportunidade de relembrar muita história, o rigor do Maestro e a qualidade que exigia fazia com que todos se esforcassem, até hoje sei de cor o ABC e o Bona. Show

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